Depressão e Flora Intestinal
Nos últimos anos têm surgido vários estudos que mostram que existe uma conexão entre depressão e a flora intestinal.
Quando pensamos em depressão em termos bioquímicos, logo, o que vem à nossa mente é que exista um desequilíbrio de neurotransmissores, principalmente da serotonina e da dopamina.
Mas pesquisas tem mostrado que a coisa não é tão “simples” assim. Além deste desequilíbrio de neurotransmissores, os cientistas também descobriram que a saúde mental pode sofrer impactos negativos por fatores como deficiência de vitamina D.
Uma flora intestinal desequilibrada também pode estar associada a um processo inflamatório crônico silencioso, que pode ser uma causa ainda pouco conhecida de depressão.
A partir destes dados, podemos concluir que a depressão deva ser tratada de forma mais sistêmica e abrangente, não apenas com uso de antidepressivos.
Neste contexto, terapias não convencionais como a Ortomolecular, a Fitoterapia, a Homeopatia e a Acupuntura, têm muito a contribuir para estes casos.
Depressão e Inflamação
Com o objetivo de podermos identificar a presença ou não de inflamação silenciosa, nos casos de depressão, podemos utilizar biomarcadores, como as citocinas e marcadores inflamatórios.
Entre estes marcadores, temos PCR, IL-1, IL-6 e TNF-alfa, que são novas ferramentas de diagnóstico, já que podem ter uma relação direta com a depressão.
Dizendo de outra forma, a depressão pode ser diagnosticada por exames bioquímicos.
Pesquisadores descobriram que a depressão, o distúrbio bipolar e a depressão pós-parto estão associados a níveis elevados de citocinas inflamatórias juntamente com menor sensibilidade ao cortisol (o cortisol é um hormônio do estresse e um escudo contra inflamação).
As citocinas inflamatórias, através do nervo Vago, que conecta o intestino ao cérebro, transferem informações para o sistema nervoso.
No cérebro, células da micróglia (sistema imune do cérebro) são ativadas e produzem uma enzima chamada indoleamina 2,3 dioxigenase, que impede o triptofano de se transformar em serotonina e melatonina.
Por outro lado, a Indoleamina 2,3 oxigenase desvia o triptofano para formação de ácido quinolínico, pode provocar sintomas de ansiedade e agitação.
Conexão entre Saúde Intestinal e Depressão
Inúmeros estudos já confirmaram que a inflamação subclínica intestinal, especificamente, pode exercer um papel importante no desenvolvimento da depressão, sugerindo que as bactérias benéficas (probióticas) possam ser parte importante do tratamento.
Abaixo seguem alguns dados de uma pesquisa publicada em 2011:
- A depressão é muitas vezes detectada juntamente com inflamações gastrointestinais e doenças autoimunes, além de doenças cardiovasculares ou neurodegenerativas, diabetes tipo 2 e também câncer, no qual a inflamação crônica de grau leve é um importante fator de contribuição. Sendo assim, os pesquisadores sugeriram que a “depressão pode ser uma manifestação neuropsiquiátrica de uma síndrome de inflamação crônica”.
- Um número cada vez maior de estudos clínicos mostrou que o tratamento da inflamação gastrointestinal com probióticos, vitamina B e vitamina D também podem melhorar os sintomas de depressão e a qualidade de vida, atenuando os estímulos pró-inflamatórios no cérebro.
- As pesquisas sugerem que a causa principal da inflamação possa ser a disfunção do eixo “intestino-cérebro”.
Seria o Intestino é o nosso Segundo Cérebro?
O intestino é literalmente nosso segundo cérebro, criado a partir de tecido idêntico ao do cérebro durante a gestação, e contém níveis mais elevados do neurotransmissor serotonina, que está associado ao controle do humor.
É importante compreender que as bactérias intestinais são parte ativa e integrada da regulação de serotonina e produzem, na verdade, mais serotonina do que seu cérebro.
A melhora da qualidade da flora intestinal é parte essencial da equação para melhorar seus níveis.
Se você consumir grandes quantidades de alimentos processados e açúcares, as bactérias intestinais ficarão gravemente comprometidas porque os alimentos processados tendem a destruir a microflora saudável.
Isso deixa um vazio que é preenchido por bactérias, leveduras e fungos causadores de doenças, estimulando a inflamação e prejudicando a saúde do seu segundo cérebro.
Excesso de Carboidratos Pode Ser uma das Causas de Depressão
Além de alterar a microbiota, o açúcar também aciona uma série de outras reações químicas no corpo conhecidas por estimular a inflamação crônica e a depressão.
O consumo de açúcar em excesso provoca níveis elevados de insulina. Isso pode ter um impacto prejudicial no humor e na saúde mental, fazendo com que sejam secretados no cérebro níveis mais altos de glutamato, que tem sido associado à agitação, depressão, raiva, ansiedade e ataques de pânico.
O açúcar suprime a atividade de um hormônio importante para a saúde do nosso sistema nervoso, chamado BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro), que ajuda a manter os neurônios do cérebro saudáveis.
Os níveis de BDNF são extremamente baixos na depressão e na esquizofrenia, sugerindo, que possam ser a verdadeira causa.
Probióticos Melhoram a Microbiota Intestinal
Os alimentos fermentados ajudam a povoar o intestino novamente com uma ampla variedade de bactérias saudáveis que promovem saúde física e mental, desde que você mantenha um baixo consumo de açúcar e alimentos processados.
Por exemplo, um estudo de 2011 revelou que o Lactobacillus rhamnosus tem um efeito marcado nos níveis GABA em determinadas regiões do cérebro e reduz o hormônio induzido pelo estresse corticosterona, resultando em menos comportamentos de ansiedade e depressão.
Como a Alimentação Pode Ajudar a Tratar a Depressão
A conduta alimentar para tratar a depressão inclui:
- Reduzir o consumo de açúcares, principalmente a frutose, assim como os grãos, já que todas as formas de açúcar alimentam as bactérias patogênicas no seu intestino. A maneira mais fácil de fazer isso é evitando alimentos processados e começar a cozinhar com ingredientes integrais.
- Evite alimentos com ingredientes geneticamente modificados, pois eles também estão envolvidos na destruição da flora intestinal, juntamente com o estímulo da inflamação crônica. Tenha em mente que os alimentos cultivados não organicamente, também podem estar contaminados com glifosato, substância que mostrou destruir seletivamente as bactérias benéficas que promovem a saúde das bactérias intestinais.
- As bactérias intestinais são muito sensíveis e podem ser prejudicadas pelos seguintes produtos, que devem ser evitados: antibióticos, água clorada e/ou fluoretada, banhos com sabonetes antibacterianos.
Deficiência de Vitamina D Predispõe à Depressão
A deficiência de vitamina D é outro fator importante que pode exercer um papel importante na saúde mental.
Níveis de vitamina D inferiores a 20 ng/ml indicam maior propensão a desenvolver depressão.
Parece haver uma relação entre os níveis séricos de 25 (OH) D e os sintomas de depressão. A suplementação com altas doses de vitamina D parece melhorar esses sintomas, indicando uma possível relação de causa.
Pesquisadores descobriram que os idosos com depressão tinham níveis de vitamina D 14% mais baixos que aqueles que não tinham depressão.
Aqui, os que tinham níveis de vitamina D inferiores a 20 ng/ml apresentaram risco 85% maior de depressão, em comparação com os idosos que tinham os níveis acima de 30 ng/ml.
A faixa ideal de vitamina D, para manter a saúde física e mental, em geral deve ficar entre 50 e 70 ng/ml.
Portanto, se você está deprimido, recomendo verificar seu nível de vitamina D, e tratar qualquer insuficiência ou deficiência dela.
Alternativas ao Tratamento Medicamentoso
- Os exercícios físicos, sabidamente ajudam a aumentar a nossa sensação de bem-estar, pois aumentam os níveis de endorfinas, quem está deprimido, deve sempre que possível pratica-los.
- Um suplemento muito importante para tratar a inflamação crônica silenciosa que pode estar gerando a depressão, é o Omega 3 de origem animal, de boa procedência. Nos últimos anos, o óleo de Krill vem ganhando espaço, pois muitos Omega 3 oriundos de salmão apresentam contaminação por metais tóxicos. Portanto cuida na escolha do seu Omega 3.
- A deficiência de vitamina B12, que também pode contribuir para a depressão e afeta uma em cada quatro pessoas.
Embora tenha se acreditado por muito tempo que a insônia fosse um sintoma da depressão, parece agora que a insônia pode preceder a depressão em muitos casos.
Métodos fora da medicina convencional como, Ortomolecular, Acupuntura, Homeopatia e Fitoterapia, costumam ser muito eficazes em vários tipos de depressão, usados de forma complementar aos tratamentos convencionais, ou como mesmo como tratamento principal.
**Apenas a especialidade de Homeopatia é atendida através da Unimed, nas demais áreas, os atendimentos são apenas particulares.
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